Foram 13 dias em La Habana, vividos entre o primeiro e o segundo turno das eleições brasileiras de 2010. Estar em Cuba foi a realização de um sonho e pretendo dividir minhas impressões neste blog!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Museu da Revolução

O prédio estava em reforma, mas o acervo do Museu da Revolução podia ser visitado normalmente, com poucos incovenientes. O museu foi instalado no antigo palácio presidencial, de arquitetura neo-clássica, foi construído na década de 1920. Depois da Revolução Cubana o lugar foi sede do governo até 1965: Fidel e seus ministros despachavam de lá, criando as principais leis de benefício popular. O acervo principal do museu trás dados da ilha de Cuba antes e depois da Revolução, como os índices de analfabetismo, por exemplo. De fato, para se entender a revolução cubana, é preciso conhecer o país antes de 1959. Cuba era o quintal dos americanos, que iam à ilha para se divertirem, jogando, bailando, contratando prostitutas e curtindo as praias paradisíacas. E para isso, era preciso manter o povo na plena ignorância e financiar governos autoritários. Eu conheci duas mulheres acima dos 60 anos que eram analfabetas aos 11, quando estourou o movimento. E no quesito educação, penso que a palavra revolução é perfeitamente adequada. São principalmente essas pessoas as grandes defensoras do sistema. Quanto aos jovens, a coisa muda de figura e merece um outro post...
Os instrumentos usados durante a guerrilha, como armas, uniformes, botas e utensílios cotidianos da guerrilha estão expostos no museu. Estavam lá os rádios transmissores usados na Sierra Maestra, tão importantes no processo de adesão das massas às ideias revolucionárias; a sala com as mesmas cadeiras e mesa onde sentara a equipe do governo revolucionário. O acervo do museu está disposto de um jeito bem tradicional. No último andar tem uma exposição de arte contemporânea e muita coisa em defesa dos 5 cubanos presos há mais de 10 anos nos EUA, acusados de terrorismo. Aliás, a cidade é cheia de cartazes e outdoors do governo em defesa dos 5, e também cartazes caseiros, escritos pelos cidadãos, exigindo a liberdade dos cubanos. Entre os objetos estão as roupas que Che Guevara usava quando foi assassinado pela CIA na Bolívia e os sapatos de Fidel, além de espadas e armas do período da guerra da Independência, acervo que fica no segundo andar. A parte mais interessante está anexa ao museu, do lado externo, onde estão expostos barcos, aviões, tanques e material bélico pesado. Lá está o barco que levou Fidel e os revolucionários do México para Cuba, assim como os aviões usados no emblemático conflito na baía dos porcos em 1962. Como todo museu em Habana, paga-se para entrar: 6 CUC ou 8 CUC, no caso de se desejar tirar fotos. Deixo algumas aqui:







Um comentário:

  1. Mais que apresentar, o texto nos traz o cheiro e o toque da história. Fui lá !
    nry

    ResponderExcluir